Mitos e verdades sobre o sono que você precisa conhecer!

Álcool ajuda a dormir melhor? Idosos não precisam de tantas horas de sono? Aquele cochilo durante a tarde faz mal? São muitos os mitos e verdades que aparecem quando falamos sobre sono.

Quando falamos sobre a busca pelo por um padrão de sono saudável, o compartilhamento de informações que, muitas vezes, não tem qualquer embasamento científico ou veracidade é bastante comum.

Por isso, preparamos um conteúdo especial com alguns mitos e verdades sobre o sono que podem te ajudar a ter mais conhecimento sobre essa que é uma necessidade básica de qualquer ser humano. Confira!

Não conseguimos recuperar o sono perdido

Não é incomum que pessoas tenham a falsa ideia de que noites mal dormidas durante a semana podem ser recuperadas com horas e horas de sono aos sábados e domingos. Porém, a concepção de que o sono acumula é falsa! Como afirma o escritor estadunidense Matthew Walker:

É importante observar que, seja qual for a quantidade de oportunidades de recuperação, o cérebro nunca chega perto de rever todo o sono que perdeu.

Assim, mesmo aquelas e aqueles que têm a oportunidade de tentar “ordenar” o sono desregulado ficando na cama até mais tarde têm dificuldade de sentir que estão bem dispostas.

Álcool ajuda a dormir

Mito. Conhecido como depressor do sistema nervoso central, que gera a desorganização geral da transmissão dos impulsos nervosos nas membranas excitáveis, o álcool é uma substância que tem como consequência uma noite de sono considerada superficial.

Desse modo, uma taça de vinho antes de dormir pode resultar no não aprofundamento do sono para as fases 3 e para o sono REM, responsável pela síntese proteica, regulação das emoções e consolidação da memória.

Além disso, bebidas alcoólicas, como a cerveja, são responsáveis pelo aumento dos despertares noturnos, fazendo com que você acorde com a sensação de cansaço. Isso porque elas diminuem a produção do hormônio antidiurético (também conhecido como ADH), o que acaba aumentando as idas ao banheiro, inclusive durante a noite.

Dormir bem aumenta a imunidade

Verdade! A privação do sono favorece um estado pró-inflamatório, uma vez que, enquanto dormimos, produzimos leucócitos de memória imunológica responsáveis por nos proteger contra diversas doenças.

O cansaço e esgotamento também são capazes de simular um estado de um corpo cronicamente inflamado, além de poder causar doenças cardiovasculares ou diabetes.

Todo estudante deve virar a noite para aprender o assunto da prova

Apesar de ser uma realidade na vida de boa parte dos universitários, essa é uma prática altamente prejudicial. Isso acontece porque a quantidade e a continuidade do ciclo do sono podem influenciar diretamente na solidificação do aprendizado. Também segundo o cientista e palestrante Matthew Walker na obra Por que nós dormimos,

O sono não apenas mantém as memórias adquiridas antes de dormir (…), como até recupera as que pareciam ter sido perdidas logo após o aprendizado. Em outras palavras, após uma noite de sono recobramos o acesso a memórias que não podíamos recuperar antes de dormir

Assim, a falta de sono pode afetar o aprendizado, uma vez que traz consequências para a memória declarativa (aquela que envolve a repetição), a processual (aquela considerada “inconsciente”) e até mesmo a afetiva (relacionada com problemas como a depressão).

A BOA MEMORIZAÇÃO E O APRENDIZADO SÃO OUTRAS PROVAS DA IMPORTÂNCIA DO SONO NOTURNO.

Noites mal dormidas causam efeitos psíquicos e corporais

Verdade! Dormir pouco e mal pode trazer consequências sérias como a irritabilidade e esgotamento, mas também a perda de memória, a falta de libido, a dificuldade de concentração e até mesmo o desenvolvimento de inflamações e doenças como a depressão.

Todas as pessoas precisam de 8 horas de sono: mito ou verdade?

Apesar de essa ser a informação mais difundida e não necessariamente ser mentira, a verdade é que a quantidade necessária de sono varia de pessoa para pessoa. Segundo médico Maurício da Cunha Bagnato, dormir bem significa ter um sono ininterrupto por cerca de 7 a 8 horas diárias.

Assim, a ideia de que empreendedores e homens e mulheres de negócios precisam de poucas horas de descanso é mais um dos mitos do sono.

Dormir muito é bom para a saúde

Da mesma forma, dormir em excesso pode ser prejudicial. Isso acontece porque o ser humano possui uma espécie de intervalo de normalidade do sono, ou seja, um limite de tempo em que ficar deitado não é prejudicial.

Logo, pessoas que costumam dormir mais do que 9 horas todos os dias podem apresentar esse excesso de sonolência como resultado de um distúrbio em seu relógio biológico. Além disso, a condição pode ser sinal de depressão ou falta de um sono ininterrupto e restaurador.

ASSIM COMO A FALTA DE SONO, DORMIR EM EXCESSO PODE SER PREJUDICIAL À SAÚDE.

Segundo o professor de medicina Frank Cappuccio em conversa concedida para a BBC, pessoas que costumam adormecer mais do que 8 horas por dia correm o risco de desenvolver condições como a pressão alta e, novamente, a diabetes.

Adolescentes dormem muito porque são preguiçosos

Eis mais um dos mitos do sono! Mesmo que muitas vezes pareça pura preguiça, o dormir em excesso na adolescência possui explicação científica.

Segundo estudos, nessa fase da vida o sono é essencial para a produção do hormônio do crescimento e, como se não bastasse, ele ainda interfere no desenvolvimento puberal. Por esse motivo, o relógio biológico dos adolescentes tem até 3h de atraso, tendo como consequência a sensação de que seus corpos e mentes funcionam em um tempo diferente do considerado normal.

Pessoas mais velhas não precisam de tantas horas de sono

Outra mentira! Não é segredo para ninguém que o processo de envelhecimento causa interferências na quantidade e qualidade do sono. Isso decorre de mudanças fisiológicas específicas desse processo ou mesmo de doenças que podem causar distúrbios secundários.

Assim, a diminuição da produção de melatonina, a falta de atividade física, os transtornos neurocognitivos e os efeitos de outros males podem afetar drasticamente o dormir. Apesar disso, pessoas mais velhas continuam precisando dormir por uma quantidade razoável de tempo.

Para entender mais sobre o assunto, confira o vídeo da psicóloga e mestre em gerontologia Tais Rezende:

Cochilar faz bem

Não existe resposta fácil quando falamos sobre cochilo. Apesar de ter o poder de repor a energia, a sonequinha durante o dia pode, quando em excesso, afetar o ritmo circadiano natural fazendo com que a pessoa tenha problemas para dormir de noite.

Por isso, se você precisar deitar um pouco depois do almoço ou durante a tarde, escolha um horário entre às 13h e 15h e certifique-se de que você vai dormir por cerca de 30 minutos. Assim você garante todos os benefícios desse descanso sem prejudicar a sua noite.

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