Dormir demais é um problema? Entenda a questão

Assim como a privação de sono, dormir demais é prejudicial à saúde e pode afetar desde as funções fisiológicas do indivíduo até sua capacidade em lidar com as esferas emocionais e sociais em sua vida. Além disso, dormir em excesso pode ser sinal de outras patologias, como ansiedade e depressão.

Nesses casos, a pessoa que dorme demais vê no sono uma saída para não ter que lidar com os problemas e frustrações. Contudo, como o excesso também é prejudicial, ela começa a apresentar o agravamento das patologias, além de alterações de humor, problemas de concentração, falha na memória, ganho de peso, alterações hormonais, entre outros sintomas.

Portanto, o ponto primordial no sono de qualidade é o equilíbrio. Ou seja, nem dormir demais, nem dormir de menos. Para saber mais sobre o assunto, continue a leitura!

Como saber se estou dormindo demais?

Embora não exista uma determinação de horas de sono específica que se aplique a toda a população, a Associação Brasileira do Sono em sua cartilha sobre Sono Normal, aponta que, em média, um adulto saudável precisa dormir entre 7 e 9 horas por dia. Portanto, se você identificar um padrão recorrente de sono maior do que este, vale a pena investigar a situação.

Entretanto, é importante analisar as circunstâncias do sono em excesso. Afinal, é normal que você durma algumas horas a mais pontualmente, em dias nos quais você teve que ficar acordado até mais tarde para terminar um projeto ou participar de um evento especial. Nesses casos, as horas de sono a mais são a consequência de um cansaço maior do que o usual.

Uma das formas mais eficientes para identificar se você está, de fato, dormindo demais é a recorrência. Ou seja, se os longos períodos de sono acontecem regularmente e se, mesmo dormindo muito, você se sente indisposto, cansado e irritado.

O que o sono em excesso pode indicar?

Dormir demais deve se tornar uma preocupação quando, mesmo com todas as horas dormidas, você continua cansado, mal-humorado, triste, ansioso e indisposto para realizar as atividades da sua rotina. Isso porque o oversleeping pode ser um sintoma de doenças mentais como a depressão. Nesses casos, dizemos que se trata de uma hipersonia sintomática.

Todavia, dormir demais pode ser, em si, um distúrbio de sono. Nesses casos, utilizamos as denominações hipersonia idiopática – quando não se sabe a origem do problema – e medicamentosa – quando ela é o efeito colateral de um remédio.

A Síndrome de Kleine-Levin, por exemplo, é quando uma pessoa apresenta episódios que fazem com que ela durma por até 22 horas consecutivas. Essas crises podem durar por até 14 dias seguidos.

Outra patologia associada ao oversleeping é a narcolepsia, doença neurológica na qual a pessoa apresenta sonolência excessiva durante o dia, podendo experienciar minicochilos em momentos de perigo, como durante a condução de veículos e maquinário pesado.

DORMIR DEMAIS É NORMAL EM SITUAÇÕES PONTUAIS. QUANDO É ROTINEIRA, PODE INDICAR OUTRAS PATOLOGIAS COMO A NARCOLEPSIA.

Dormir demais e acordar cansado

Uma das principais queixas de quem dorme demais é que, mesmo com todas as horas de sono, a pessoa permanece cansada. E por que isso acontece?

Antes de mais nada, é importante enfatizar que dormir muito não é o suficiente para que você obtenha os benefícios de um sono reparador. Aqui, a questão-chave é qualidade.

Por exemplo, se você passa muitas horas dormindo, mas acorda inúmeras vezes, dificilmente o seu ciclo é saudável, porque ele não atinge a fase do sono REM (Rapid Eye Movement). Segundo matéria publicada pelo Instituto do Sono, esse estágio mais profundo tem seu início após cerca de 90 minutos a partir do momento em que você dorme.

Outros fatores como ansiedade e depressão também influenciam a qualidade do sono e podem impedir um descanso verdadeiro. Por isso, é muito importante analisar a raiz do problema, ou seja, o que está fazendo com que você durma demais.

Portanto, se você dorme muito e ainda tem sono, muito provavelmente existem outras problemáticas que estão afetando a qualidade do seu descanso. Elas podem ser genéticas, sociais ou emocionais.

Consequências do sono em excesso

Dormir demais tem algumas implicações similares à privação de sono. Nos casos agudos, ou seja, pontuais, a pessoa sente sonolência durante o dia, dificuldade em se concentrar, falha na memória, irritabilidade e fadiga.

Quando o quadro passa a ser crônico, as alterações hormonais e fisiológicas podem acarretar no desenvolvimento de doenças cardiovasculares, diabetes tipo 2, ganho de peso, piora da coordenação motora, e dificuldade em combater vírus, bactérias e fungos.

As alterações cognitivas fazem com que a pessoa tenha dificuldade em lidar com certas situações de maior pressão, tomando decisões impulsivas e precipitadas. Esse é um fator importante nas análises sobre excesso de sono e aumento da mortalidade.

Além do mais, dormir mais de 12 horas, por exemplo, acarreta em outros problemas sociais, como lidar com empregos e relações. Essas circunstâncias, quando agravadas, também podem piorar quadros ansiosos e depressivos.

SE VOCÊ DORME MAIS DE 12 HORAS POR DIA, ACABARÁ ENFRENTANDO OUTROS PROBLEMAS SOCIAIS, COMO PERDA DE PRAZOS E SONOLÊNCIA DURANTE O TRABALHO.

Um ciclo de sono regulado é indispensável à saúde de qualquer pessoa. Inúmeras funções regenerativas e reguladoras ocorrem enquanto dormimos e, alterações nessa organização fisiológica, como dormir demais, podem ser extremamente danosas.

Embora dormir demais seja uma resposta natural frente a eventos pontuais, é preciso estar atento e analisar se, na verdade, você não está enfrentando algum outro problema.

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